ARTIGO DA SEMANA – É DINHEIRO DEMAIS (POR ÉLCIO MOREIRA)

colunistaÉ dinheiro demais (Por Élcio Moreira) – Tenho escrito alguns artigos, e analisado a situação pela qual atravessamos, ou seja, os problemas econômicos que estamos atravessando, sem dúvidas, o principal, porém, convenhamos que ao problema econômico juntam-se os demais onde um deles podemos afirmar, que é o da falta de respeito do poder político para com o nosso povo, já não bastasse terem colocado o país na atual situação, ainda continuam gozando com a cara do povo, porém não vamos generalizar, afinal pessoas responsáveis ou não, encontramos em todos os poderes.
Neste momento de crise, onde o governo cobra austeridade nos gastos públicos, onde inclusive tramita no congresso nacional uma PEC, que limita os gastos por um período de vinte anos, é inconcebível assistirmos ainda neste momento, farras e farras com o dinheiro público, e isto acontecendo mais precisamente no poder legislativo, onde em função dos valores repassados aquele poder, quase sempre chega-se ao final do ano, com grandes sobras de caixa, isto a pesar do carnaval que é feito com o dinheiro do povo, em especial nas câmaras legislativas, onde as reformas e os contratos de prestações de serviços chegam ao extremo do limite, isto é público e notório.
Sabem os senhores que não são poucos os escândalos, que vivenciamos nas câmaras municipais a nível de Brasil, escândalos que vão desde aumentos salariais para os nobres vereadores, aumentos estes que vão muito além do que recebem os trabalhadores, até grandes reformas que deixam sempre em dúvidas se houve ou não superfaturamento, isto sem contar com as mordomias, carros, telefones celulares, etc.
Diante de todos estes problemas que atravessamos, ainda não ouvimos uma voz se levantar com relação a diminuição dos percentuais repassados ao legislativo, aqui mesmo em nosso município tivemos reformas e reformas, compra de veículos, compra de software, e por ai, e mesmo assim chega-se ao fim do exercício com mais de trezentos mil em caixa, onde o executivo fica implorando a devolução para arcar com suas responsabilidades, e do outro lado o legislativo pensando como vai gastar a grana, o certo mesmo é que o povo é que se arrebente, pois sabemos sim, das deficiências dos serviços públicos em nosso país. 
Agora para encerrar o ano de 2016, aparece o município de Jorge Teixeira, atolado em problemas até o pescoço, e o poder legislativo falando em fazer um reforma na câmara, onde vai torrar nada mais nada menos do que cinquenta mil reais, ( R$ 50.000,00) o que convenhamos é muito dinheiro para um município que acaba de cortar salários de seus funcionários, e ainda por cima recebendo atrasados, as creches sem merenda, as ruas destruídas, os ônibus escolares estão parados prejudicando mais de mil alunos, a saúde pública é um caos, enfim os problemas são muitos.
Os senhores já pensaram, uma câmara se dar ao luxo de fazer uma reforma no final de um mandato, não faltando se quer cinquenta dias para terminar o mandato dos atuais legisladores?
Sinceramente é inacreditável, porém em se tratando de Brasil, toda desgraça cai em cima da população, infelizmente.
Mais uma vez, ai está explicito, de que as prioridades não são postas em prática, e ninguém grita de que a gastança no legislativo está muito, mas muito além do necessário, bom seria então que, como fala-se tanto em crise, também fossem revistos pelos nobres legisladores os super percentuais repassados ao poder legislativo, cujo valores constituem-se apenas para a manutenção do poder, bem diferente do poder executivo, que tem por obrigação girar a roda, ou seja cuidar da educação, saúde, segurança, e outros, 
Nos resta aguardar que alguém no congresso nacional, lembre-se de que casos como estes precisam serem analisados, afinal não é por acaso que nossos nobres vereadores vivem como se estivessem assistindo uma comédia, ou seja sempre sorrindo.
A TÍTULO DE ESCLARECIMENTO, DEIXO A TABELA DOS PERCENTUAIS QUE SÃO REPASSADOS PELOS MUNICÍPIOS AS CÂMARAS MUNICIPAIS, ANALISEM E TIREM SUAS CONCLUSÕES.

[“1. Em primeiro lugar, é preciso deixar claro que a Constituição Federal já fixa o valor máximo das despesas dos legislativos municipais (excetuadas as despesas com inativos). Esse teto está previsto nos incisos I a VI do art. 27-A: I – 7% (sete por cento) para Municípios com população de até 100.000 (cem mil) habitantes; II – 6% (seis por cento) para Municípios com população entre 100.000 (cem mil) e 300.000 (trezentos mil) habitantes; III – 5% (cinco por cento) para Municípios com população entre 300.001 (trezentos mil e um) e 500.000 (quinhentos mil) habitantes; IV – 4,5% (quatro inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população entre 500.001 (quinhentos mil e um) e 3.000.000 (três milhões) de habitantes; V – 4% (quatro por cento) para Municípios com população entre 3.000.001 (três milhões e um) e 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; VI – 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) para Municípios com população acima de 8.000.001 (oito milhões e um) habitantes.”]

*Élcio Moreira é Jornalista e apresentador do Programa Tribuma do povo, na Fm do povo, em Jaru – Rondônia.