>>> Liberdade de Imprensa: são graves as violações contra comunicadores de Rondônia

20180506_020149Porto Velho (RO)– “Foi uma cena muito forte. Quando eu fecho os olhos, vejo os tiros novamente.” Assim descreve à agência Amazônia Real o radialista pernambucano Hamilton Alves, 50 anos, sobre como saiu com vida de um ataque de pistoleiros em que levou cinco dos oito tiros disparados contra seu carro, no dia 20 de abril, na rodovia BR-364, entre os municípios de Jaru e Outro Preto do Oeste, em Rondônia.

Com o impacto dos tiros, a picape Chevrolet S10 em que o apresentador viajava de volta do trabalho para casa, saiu da estrada e desceu uma ribanceira. “Só escapei por milagre”, afirma Hamilton. Ele é apresentador do programa “Abrindo o Jogo”, da Rádio Nova Jaru, em que faz denúncias de casos de corrupção de pessoas ligadas à administração pública e políticos.

Um dos tiros atingiu a boca do radialista, ferimento que o impede de retornar ao trabalho por causa do tratamento médico. Uma terceira bala ficou alojada no pescoço e não pôde ser retirada. Os ferimentos no braço esquerdo deixaram dois dedos paralisados.

Hamilton Alves é o segundo profissional da comunicação a sofrer atentado à liberdade de imprensa este ano, em Rondônia. Em 16 de janeiro de 2018, o jornalista Ueliton Brizon foi assassinado com quatro tiros, em Cacoal.

Organizações que defendem a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa, cuja data é celebrada neste 3 de maio em várias partes do mundo, condenam os atentados aos profissionais de Rondônia. Entre elas está a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e a Artigo 19. Segundo a Abraji, só este ano foram registrados 56 casos de violência contra profissionais relacionados ao contexto político-eleitoral no país.