Na batalha de palavras travada nas rádios de Jaru, o presidente do Sindicato e o comando de greve tem informado que a luta é principalmente em prol da reposição da inflação acumulada nos últimos meses, correspondente ao índice de 65,7%, da aplicação do salário mínimo nacional como base de vencimento, para quem hoje ganha menos que o mínimo, e da adoção do piso nacional dos professores como salário base e inicial da carreira profissional, além do ajuste nas tabelas de salários, gratificações e vantagens constantes nos três Planos de carreira dos funcionários da prefeitura municipal.
Com relação aos motoristas da frota leve e pesada do município, de acordo com o que tem dito o comando de greve, a luta é para que seja concedida uma gratificação justa para quem trabalha além da carga horária prevista na função que ocupa e que a prefeitura adote o laudo de insalubridade para os servidores que lidam com material prejudicial à saúde, estabelecendo assim, uma vantagem pessoal para os mesmos.
“No inicio de Abril o Daniel (presidente do sindicato) apresentou a pauta de reivindicação dos funcionários e a prefeita não deu nem ideia, não quis conversa e, quando nos chamou, foi para nos ofender, maquiando números através de sua equipe e ameaçando cortar direitos já conquistados. Agora, depois que deflagamos a greve, desses pontos não abrimos mão de forma nenhuma”, disse ao PortalJT uma das pessoas responsáveis pelo comando do movimento grevista.
Fazendo uso do mesmo expediente e usando o espaço cedido no programa Abrindo o jogo, apresentado diariamente pelo jornalista Hamilton Alves na 94.1 FM de Jaru, a prefeita Cida do Nenê e o secretário do meio ambiente, Beto companheiro, informaram à população que a greve tem caráter político, que a prefeitura teve queda na arrecadação e que no momento não é possível atender o pedido dos funcionários.
“No inicio do mandato recebi o Daniel com a pauta de reivindicação e pedi que ele
esperasse um pouco para que nós ficássemos por dentro de como estava a prefeitura. Depois, montei a comissão, começaram as discussões, pedi mais um tempo e eles disseram que já estavam com a greve marcada. A greve foi inevitável. Já cortei 45 portarias, reduzi 15% do meu salário “, disse a prefeita durante a entrevista no rádio.
Na entrevista, Beto Companheiro lamentou o que acontecendo em Jorge Teixeira e disse que há uma grande perca para o município com essa greve.
“Ninguém está contente com essa greve, passou esse tempo todo ninguém brigou por salários e agora com oito meses de mandato a prefeita Cida enfrenta uma greve. Como tirar de onde não tem?, indagou Beto num trecho de sua entrevista.
“A prefeita está com a equipe fazendo o levantamento e peço a sensibilidade do sindicato. Quero dizer que a prefeita Cida está empenhada para resolver o problema da greve e o jurídico da prefeitura está tomando as medidas para botar os funcionários para fazer o dever de casa que é trabalhar para o crescimento do município”, destacou Beto
Na câmara municipal, os vereadores da base de sustentação da prefeita, com destaque para eranildes santana (PT), tem dito que a prefeita já falou para todos que é possível atender a questão do salário mínimo e do piso nacional dos professores, fato desmentido pelos servidores em greve.
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“É uma incoerência muito grande a prefeita dizer aos vereadores que está propondo atender esses dois pontos da pauta e ao mesmo tempo diz aos quatro cantos do município que não pode aumentar a folha de pagamento. Quem conhece pelo menos um pouco da gestão pública sabe que as gratificações e vantagens do servidor são calculadas em cima do salário base. É uma brincadeira de mal gosto o que estão tentando fazer conosco”, disse uma das pessoas que está a frente da greve.![]()
Como consequência do conflito que está ocorrendo entre as duas partes, e que segundo o Sindicato soa como uma forma de pressão sobre os servidores que estão em greve, a prefeita Cida assinou e publicou na semana passada dois decretos, que estão em pleno vigor no município.
“Os nossos advogados já estão questionando a legalidade desses decretos e quero avisar a todos os funcionários que não temam essa ameaça que, do ponto de vista legal, é uma arma fraca diante da força que nós servidores temos”, informou Daniel Toscano.
Um assessor do 1º escalão da prefeita Cida disse a reportagem que o município tem convênios importantes, tais como o Fhita e o Transporte escolar com o estado, que precisam ser cumpridos, inclusive com prazos preestabelecidos, e que por isso, a prefeitura baixou os decretos.
Enquanto o conflito entre as partes não for devidamente resolvido, alunos, produtores rurais e a população em geral sentirá, em maior ou menor grau, os seus efeitos.
Leia os Decretos:
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